terça-feira, 13 de dezembro de 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Como dois e dois



Dois obrigados. Dois com licença. Dois peitos. Dois olhos fundos. Dois irmãos. Dois tiros. Dois anos de garantia. Dois cavaleiros escandinavos. Dois demônios da Tasmânia. Dois risos. Dois gumes. Dois em um. Dois R's. Dois reais de consumação. Dois milhões de prejuízo. Dois Sinatras. Dois Picassos. Dois mafagalfos. Dois mafagalfinhos. Dois é bom, três é demais. Dois fins de semana. Dois fins de mundo. Dois elementos alcalinos. Dois anos sem Michael Jackson. Dois pretendentes. Dois conselhos. Dois centímetros de sarrafo. Dois testículos. Dois pesticidas. Dois lados (A e B). Dois cinco meia nove meia nove meia nove. Dois hidrogênios pra um oxigênio. Dois beijinhos na bochecha. Dois títulos brasileiros. Dois Oscars. Dois ultimatos. Dois na gangorra. Dois na lona. Dois no céu. Dois patinhos foram passear.

Dois é o primeiro número primo, e o único par.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu queria dizer outra coisa:


Você voltou a fumar? Ainda leva o cachorro para passear no intervalo do lanche para o jantar? Quer dizer, a Hana ainda vive? Você ainda pinta o cabelo de cores diversas? Gosta da pizza da Parmê e de comer jujuba escrevendo poesia? Toma banho sempre depois que faz sexo ou dorme direto? Perdeu a mania de registrar as coisas? O beijo dos prédios no asfalto ainda é um encontro que lhe interessa? Continua com um gosto musical apurado e original? Aos domingos sente preguiça de viver e mantém o sonho da casa própria com quintal no fundo? Fez mais tatuagens? Lava a garrafa de coca-cola antes de colocá-la na geladeira? Frequenta o cinema do São Luís? Ainda bebe pouca cerveja e come muito amendoim? E as suas cores preferidas continuam as mesmas? Depois de pisar no preto, pisa no branco? As garrafas retorcidas pelo fogo e transformadas em obra de arte para onde foram? Ainda coleciona cartões postais e fotos de desconhecidos? Queimou o lençol que pintamos juntos ou guardou com carinho? As cartas que trocamos...Você as releu em algum momento? Tem saudade do que vivemos? Refaz nossa história com frequência ou já se esqueceu de tudo? Ainda tem o peito pouco cabeludo e o mesmo tamanho do alargador (o da direita menor do que o da esquerda)? Continua preferindo o lençol mesmo em dias de frio? Ainda é calorento? Aprendeu a rir de você mesmo ou isso continua sendo uma dificuldade e algo que você esconde? Clarice ainda te comove? De quem é o nosso passado?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

buscamos

“interromper o fazer teatral enquanto apresentação espetacular, para construir situações nas quais a inocência enganosa do ‘espectar’ é perturbada, infringida, tornada duvidosa”.

Hans-Thies Lehmann

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Possível referência de vídeo nº 1




Cosmococas (Hélio Oiticica e Neville de Almeida): projeção dupla, capas de vinil, espelhos, revelação do projetor enquanto objeto.

Excerto

"Em sua presença, quase como resultado de um efeito químico, como a imagem que só se torna visível no papel ao ser exposta à ação do ácido indicado, os adultos se põem a falar. Não tem a impressão de fazer nada em particular: não que pergunte, ou interrogue com o olhar, ou se interesse, eventualmente alarmado com o gesto de desgosto, a expressão sombria ou o brotar das lágrimas com que o outro delata o calvário que está atravessando. Acontece assim. Está sentado no chão desenhando, brincando com suas coisas, um carro em miniatura, um desses corgy toys que adora e que, principalmente quando têm portas articuladas que ele pode abrir para substituir a rústica efígie do motorista por outra, não trocaria por nada nesse mundo, e de repente alguém se aproxima dele, um adulto, cuja sombra imensa vê, primeiro, pairar sobre a estrada serpeante que imaginou no tapete, e que termina anuviando o céu com uma promessa de tormenta. Há um prólogo incômodo, hesitante. O adulto sente necessidade de ficar na mesma altura que ele, ajoelha-se, acomoda-se a seu lado e até lhe rouba -- com uma impertinência que sem dúvida se animaria a defender, atribuindo-a à impulsividade que estimula o desconsolo, mas que ele simplesmente não pode tolerar -- um carrinho, em geral seu preferido, que, talvez para congraçar-se com ele, talvez para dar algum sentido a uma usurpação que não pode ser mais afrontosa, de repente faz derrapar com uma deplorável falta de convicção na zona do tapete mais próxima de suas pernas, onde é evidente para qualquer um, menos para um adulto, absorto que está em seu drama interior, que a estrada imaginária não passa nem jamais passará".

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

eu deito aí para não ficar ilustrativo.

Dois


Dois: dois palermas, dois ensaios, duas tentativas. dois: duas pessoas em paris, uma tarde e a outra de noitinha. dois: eu e você. dois: dois tempos para um café, duas goazadas fora, duas preocupações para um chilique. dois orgãos sexuais iguais e um bebê. dois.